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Breno Tomás

Um nome para a história

Boa sorte, André!



Foto: Mauro Pimentel / AFP

O futebol nos faz torcer e se apegar a pessoas que não conhecemos, nos faz sorrir e chorar por histórias que não são as nossas, nos faz criar memórias que às vezes são nosso calendário. Afinal, quem nunca lembrou de uma data específica porque foi o gol de fulano ou jogo que beltrano estreou?


Os jogadores, estrelas do esporte, carregam consigo a missão de contar a própria história e a história de um clube, de viver a própria vida e a vida de milhões de torcedores. São muitas regalias, sim, mas são muitas dificuldades também.


Os ídolos são aqueles que entendem e vivem isso, que jogam a vida do clube como a própria vida, que além da obrigação trabalhista jogam futebol como uma paixão. São muitos os detalhes que fazem a torcida se apegar por um jogador, são muitos os detalhes que fazem um jogador vingar em um clube ou não, mas o que é certo é que quando todos os detalhes se alinham, a relação torcida-clube-jogador transforma alguém em ídolo, em um marco na história.


São poucas as pessoas que trocariam uma oferta do Liverpool para continuar no Brasil, e o André fez isso, um ato de maturidade que é sua marca desde a base, afinal, seu apelido era "Velho". Seja em gratidão aos dez anos de clube, seja em gratidão aos companheiros de time, a confiança no projeto do treinador, ninguém sabe ao certo o que fez André continuar no Fluminense, são muitos os detalhes. O que é certo é que aos 23 anos de idade, o Velho, marcou seu nome na história do clube, marcou seu nome na vida de muitos torcedores.


Destaque na base desde cedo, levou um tempo para realizar a transição para o futebol profissional. A expectativa em cima do garoto era grande e por pouco não foi emprestado (comissão  técnica e diretoria estavam satisfeitas com Hudson e Welington como opção????) e no mesmo ano terminou como revelação do Campeonato Brasileiro 2021.


No ano seguinte, de revelação do campeonato se tornou o melhor volante do Brasil, sempre evoluindo, sempre com seriedade e maturidade, com diferentes treinadores  e diferentes estilos de jogo demonstrou um nível acima dos demais jogadores. O primeiro volante do time do Marcão em 2021, passou a jogar mais avançado em alguns jogos com Abel em 2022 e por muitas vezes até como zagueiro com Diniz entre 2022 e 2024.


Dentro de campo André entregou tudo de si e firmou seu nome como ídolo, mas fora de campo ainda mais. O torcedor tricolor passou por anos difíceis vendo os garotos do clube saírem cedo, vendo os garotos do clube saírem para rivais. Lógico que há questões econômicas e estruturais que influenciavam isso, mas após anos vimos alguém mudar o que se tornava uma norma.


André, junto de outros garotos da Geração de Ouro, teve a oportunidade de jogar, teve a oportunidade de ficar, e no momento em que a decisão deixou de ser uma questão econômica do clube e passou a ser a uma decisão pessoal de escolher entre sair para o Liverpool ou ficar no clube, escolheu ficar e entregar o maior título da história do time.


André marcou não só por momentos dentro de campo. Marcou ao correr junto do Martinelli e pedir uma bandeira para comemorar o título da taça Guanabara de 2022. No mesmo dia, foi puxado em um carrinho junto de Nino e Martinelli. Ele também marcou ao imitar a comemoração de cada jogador em cada gol, marcou ao ficar sentado no Maracanã após a vitória do Fluminense sobre o Grêmio nas oitavas da Libertadores.

Foto: FluTV
Foto: FluTV
Foto: Reprodução
Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

André marcou uma época, e junto de demais colegas de geração, como Martinelli e Calegari, apontou um novo caminho para os moleques de Xerém. O caminho da história, o caminho da glória eterna. Em sua emocionante despedida relatou que precisava sair da sua zona de conforto, zona de conforto esta que envolve ser convocado para a seleção brasileira e ser o melhor jogador da posição a atuar no país. De uma promessa em 2020 em quatro anos anos passou a conviver com essa zona de conforto.


André escreveu seu nome na história do clube e escreveu seu nome na história de muitos tricolores. Agora, que siga na sua própria história, sabendo que milhões de tricolores estarão ainda torcendo pelo sucesso dela, e que depois de anos, retorne ao clube assim como Marcelo e Thiago Silva.


Boa sorte, Deca.

 

 

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