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Foto do escritorJoão Pedro Teixeira

Além das quatro linhas: até quando precisaremos ser resistência?

A luta de Vinicius Jr. contra o racismo no futebol


Foto: Divulgação

Mais um dia vergonhoso para a história do futebol. Além dos crimes cometidos novamente pela torcida do Valencia, que são infelizmente naturalizados por quem tinha o dever de punir os criminosos, a arbitragem do jogo de ontem simplesmente destruiu com o que deveria ser uma das partidas mais históricas da La Liga.


Valencia e Real Madrid poderiam ter protagonizado uma partida histórica, em um enredo onde só o futebol é capaz de proporcionar. Acabar o jogo com a disputa de bola dentro da área onde milésimos de segundos depois ocasionaria num gol legal, deveria ser passível de punição severa para a arbitragem. 


Para além disso, dois gols do jogador que vem sofrendo ataques racistas há mais de um ano da torcida local que habita o Estádio de Mestalla. E mais uma vez, Vinicius Jr. mostra ter um “psicológico de titânio”.


Um jogador extremamente jovem, que atua no maior clube do mundo e veste a camisa 7 - umas das mais pesadas do futebol mundial - empatou um jogo após estar atrás por 2 gols no placar.


O que já seria incrível da parte dele como atleta, porém, o ser humano Vinícius José Paixão de Oliveira Júnior aprendeu a lidar (por motivos de negligência das autoridades que fazem vista grossa para os crimes) com aqueles que tentam o diminuir.


Diminuir pelo simples fato de existir. Diminuir pela sua cor, pela sua essência, pela pessoa que ele é e está se tornando. Desde que o Vini chegou ao Real Madrid, sempre torci muito por ele. Pelo futuro do futebol brasileiro, por ver um adolescente de 17 anos representar o sonho de milhões de crianças do seu país.


A pressão natural já seria absurda, mas triplicou com os atos racistas que acontecem infelizmente há mais de um ano e nenhuma medida cabível é tomada. Vinicius é “só mais um caso isolado”. O que aconteceu ontem no Mestalla foi “só mais um caso isolado.” Isolado pela milésima vez. 


Até quando isso vai continuar? Até quando vão fechar os olhos para o que está escancarado de forma explícita diante dos nossos olhos? E todos os outros milhares de casos que acontecem diariamente e não tem a mesma visibilidade? Como fica?



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