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Foto do escritorRodolfo Andrade

A irregularidade dos últimos técnicos do Corinthians: é tudo culpa de Sylvinho e seus antecessores?


Foto: Ettore Chiereguini / AGIF

Sylvinho está pressionado. O atual técnico do Corinthians, mesmo com os quatro reforços contratados na última janela de transferências, tem campanha mediana à frente da equipe. Com o empate em 2 a 2 no último domingo (24) contra o Internacional no Beira-Rio, o treinador completou 30 jogos comandando o Timão. Com 46,67% de aproveitamento, são dez vitórias, 12 empates e oito derrotas. A título de comparação, Sylvinho se iguala ao desempenho de Osmar Loss na porcentagem de aproveitamento – em 25 jogos, Loss obteve dez vitórias, dez derrotas e cinco empates – e fica atrás de seu antecessor, Vagner Mancini, que deixou o comando do clube em maio com 54,07% de aproveitamento, com 19 vitórias, 12 empates e 11 derrotas em 43 jogos.


Tiago Nunes teve 47,5% de aproveitamento em 28 jogos; Fábio Carille, em sua última passagem, 50% em 69 partidas. Voltando um pouco no tempo, encontramos números parecidos com esses na passagem de Cristóvão Borges em 2016 (48,1%). Os pontos positivos fora da curva são os últimos trabalhos vencedores, com exceção de Mano Menezes em 2014, que não ganhou nenhum título:


· Tite (2015/16) - 69,9%

· Mano Menezes (2008/10) - 64,5%

· Fábio Carille (2017/18) - 62,5%

· Mano Menezes (2014) - 60,3%

· Tite (2010/13) - 59,1%


No outro extremo, os três piores trabalhos foram de Dyego Coelho, com 37,8% de aproveitamento em suas duas passagens no comando da equipe; Oswaldo de Oliveira com 37% em 2016; e Jair Ventura com pífios 31,6% na campanha que quase levou o time ao rebaixamento em 2018.


Apresentados todos esses dados, e excluindo esses cinco melhores trabalhos, fica a pergunta: essa irregularidade do Corinthians nos últimos anos é culpa apenas dos técnicos? Depois do ano surpreendente de 2017, que rendeu os títulos paulista e brasileiro ao clube, o Timão não assusta no cenário nacional, muito menos no internacional. Chegou na final da Copa do Brasil em 2018 (de uma forma que só os deuses do futebol conseguem explicar). E só. Quase caiu naquele ano, e nos dois últimos Brasileirões só conseguiu ficar no meio da tabela. Além de ter passado vergonha ao ser eliminado na Pré-Libertadores em 2020 e ainda na primeira fase da Sul-Americana nesse ano de 2021.


E sinceramente não acho que seja culpa apenas dos técnicos. Obviamente, eles têm suas parcelas de culpa; têm que ser responsabilizados por suas escolhas equivocadas, como as escalações de Adson e Vitinho no lugar de Willian nos jogos contra São Paulo e Internacional, mesmo tendo Gustavo Silva (o Mosquito) à disposição. Mancini morreu abraçado com Otero, deixando o mesmo Gustavo Mosquito, até então melhor jogador da equipe, no banco.


Mas, sinceramente, os jogadores precisam entregar mais. Há anos vemos um elenco sem vontade, sem raça. Dificilmente surge outro Romero, outro Jorge Henrique, outro Emerson Sheik, que a gente via deixarem tudo dentro de campo. Poderia faltar algum talento ao paraguaio, mas raça não. E isso o fez se tornar ídolo, porque é isso que o corintiano gosta de ver: raça. Raça como esta imagem icônica do Emerson Sheik em jogo contra o Vasco pela Libertadores de 2012, que ilustra o que é ser Corinthians.


Foto: Reprodução

Nos últimos anos vimos passar jogadores que, com o perdão da expressão, cagaram e andaram para a história do clube. Jogadores como Marlone, Guilherme, Giovanni Augusto, Marquinhos Gabriel, Michel Macedo, Manuel, Henrique, Petros, Yony Gonzalez, Camacho... Jogadores que poderiam entregar mais, mas não entregaram. Nem se esforçaram para isso. Diferentemente de outros atletas que não têm nível para jogar no Corinthians (nem se derem 200% em campo), como Matheus Davó, Everaldo, Jonathan Cafu, Léo Santos, Vitinho, Marquinhos, Leo Natel e tantos outros.


Não posso deixar de citar os medalhões que precisam de uma chacoalhada. Exemplo disso? Gil. No início do ano, quando Vagner Mancini mudou para o esquema 3-5-2, ele era reserva. O trio titular era formado por João Victor, Jemerson e Raul Gustavo. Certamente isso mexeu com ele, e com a chegada de Sylvinho, que optou pela dupla titular com João Victor e o próprio Gil, ele voltou a jogar em alto nível. Entre os mais experientes, atualmente Fagner e Cássio são os que mais deixam a desejar.


O lateral tem feito o básico, o feijão com arroz, enquanto sabemos que ele pode dar muito mais que isso. Ele tem futebol que o levou para uma Copa do Mundo (por merecimento, que fique bem claro). Já o Gigante... esse está devendo há muito tempo. Vem falhando muito nos últimos dois, três anos. Não frangaços, mas falhas. Bolas que eram defensáveis, que há alguns anos não entrariam, como os recentes gols sofridos contra o Internacional e Sport. Parece que o Cássio perdeu a mobilidade. Ele não tem impulsão. Só faz defesa que vem em cima dele. Sua sombra, Walter, saiu depois de nove temporadas para finalmente poder jogar no Cuiabá, onde é capitão da equipe. Donelli, seu atual substituto imediato, não assusta. Ninguém tem moral para bancar outro goleiro titular se não Cássio. E assim ficamos com um goleiro que já foi um monstro, mas que hoje é bem mediano.


Fato é que Sylvinho, dos últimos treinadores, é o que mais tem tentado mostrar a esse elenco o que é ser Corinthians, coisa que ele sabe bem, afinal, é cria do Terrão. Outro fato é que ele não caiu ainda porque o grupo está fechado com ele. Isso é um bom sinal. O jeito é ficar na torcida para que o ditado se torne realidade. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura? Eu e mais de 30 milhões de torcedores esperamos que sim.


Vai Corinthians! (com raça, de preferência!)

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